Inicialmente o planejamento da viagem desde Bariloche até Rio Gallegos era para três dias.

No entanto encurtamos para dois dias pois queríamos chegar na sexta a noite em Rio Gallegos devido a troca de óleo nas motos que estava agendada para o sábado dia 04/01/14.

Assim neste dia o destino era Comodoro Rivadávia com um trecho de 800 Km.

Saímos com uma temperatura de 8 graus e uma estrada legal, com curvas, subidas e descidas passando por Esquel e Gobernador Costa.

Nesta temperatura com o vento externo é necessário ligar o aquecedor da manopla senão os dedos congelam…

Paradas para abastecer, fazer lanches e descansar o esqueleto em Esquel e Gobernador Costa.

Numa destas paradas encontramos um casal de colombianos, o Rodolph e a Luisa, que estavam viajando pela America do Sul em uma Kombi. Voltando do Ushuaia, El Calafate, com direção a Bariloche. Conversamos bastante e inclusive eles já passaram pelo Brasil. Em Balneário Camboriu por intermédio do pessoal da revenda Volkwagem foram apresentados para o Dolor (Cacique supremo dos Fazedores de Chuva) o qual inclusive hospedou os visitantes. Mandaram um grande abraço para o Dolor e sua esposa. Mais detalhes sobre a viagem deste casal no site alimentandocorazones.

Quando chegamos em Gobernador Costa o único posto estava com uma fila razoável para abastecer. Levamos em torno de uma hora na fila.

Encontramos um casal de motociclistas que estavam vindo em sentido contrario.

Nos informaram que tinha um desvio no asfalto devido a manutenção de aproximadamente 20 km por estrada de chão em condições precárias…

Na verdade era um trecho de 3 km em péssimo estado depois asfalto de novo e ai um trecho grande de 17 km com pedras mais compactadas, em melhores condições.

Logo que começamos a travessia do primeiro trecho, muita pedra solta, pedras enormes e não deu outra senão uma queda onde eu a Silvana levamos um grande susto.

A Silvana arranhou a perna, nada grave, mas eu fiquei com o pé preso entre o Bauleto e o chão.

Levanta a moto, nada de grave na moto devido ao bauleto e proteção do motor que segura bem na queda contra o chão.

Nesta hora um casal que estava indo no mesmo sentido, de carro, parou para ver se necessitávamos de ajuda. Solicitei se eles poderiam dar uma carona para Dona Silvana até o final do trecho deste desvio com estrada de terra. Gentilmente eles atenderam o pedido e Dona Silvana foi de carona no Gool do amigo argentino que era de Buenos Aires.

Embarquei na moto, pensando que agora que estava sozinho era só ficar de pé na moto e acelerar que tudo estaria resolvido…

Bingo….

As pedras soltas eram tantas que numa acelerada a frente da moto se foi, saindo do trilho principal mais compactado e eu pro chão novamente…

Agora pelo menos cai para o outro lado…

Assim comprei dois terrenos na estradinha do desvio, um terreno a esquerda do trilho principal e outro a direita do trilho principal.

Esta segunda queda foi menos traumática, nenhum pé ficou trancado.

Fui tocando com calma a partir daí ate encontrar a Silvana no carro dos amigos que deram carona para ela. Isto foi no primeiro trecho de desvio com uns 3 km.

Tornozelo doendo, Dona Silvana na garupa e la vamos nos no asfalto novamente. Pensei que o desvio que o colega informou no posto de 20 km deveria ser só 2 Km e agora tudo beleza!

Que nada…Logo apareceu o segundo trecho de desvio este sim com os 17 Km de estrada de terra …

Felizmente a estrada estava melhor, mais compactada e fui tocando devagar e com bastante cuidado sentindo a aflição da Dona Silvana que na Carona devia estar pensando:

O QUE É QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI…

Passado o sufoco deste trecho o restante da viagem foi normal, com ventos moderados e acelerando para logo chegar em Comodoro Rivadávia e poder olhar como estava o estado do tornozelo que até o momento permanecia escondido dentro da bota.

Passamos por muitos locais com aquelas bombas de extração de Petróleo iguais as que já tinha visto em campos de petróleo nos filmes americanos.

Quando chegamos em Comodoro Rivadávia ficamos no hotel Suestrela onde a única estrela era a que acompanhava a dor no meu tornozelo.

Este hotel foi selecionado via Google Maps por ser o primeiro na entrada da cidade.

Queríamos no dia seguinte sair cedo para Rio Gallegos e assim nem entrar no centro de Comodoro Rivadávia.

O hotel era caro, simples e com um café da manha 100, tipo assim sem nada… café, torrada e manteiga!!! Só isto e nada mais….

Bem quanto ao tornozelo este ficou colorido… Inchado, vermelho, preto mas todas as articulações funcionando.

Foi apenas prensado entre o Bauleto e as pedras da estrada.

Tomei um anti-inflamatório e dormir para continuar no dia seguinte.

Seguem algumas fotos. (Fotos da queda ninguém tirou… Nesta hora da queda também a GoPro já estava sem bateria…)

Dados do GPS:

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